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quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Como serão?

Morreste ontém.
Na morte, como na vida,
Sem alardes.
Na véspera peguei nas tuas mãos.
Gélidas, alvas, veias azuis salientes,
E aqueci-tas entre as minhas.
Ficámos assim horas.
Tu vias-me e tentavas sorrir,
Como todas as quartas feiras
Destes últimos dois anos.
Meu amor, meu amigo, meu irmão
Como serão as semanas
Que estão para vir,
Sem as tuas mãos nas minhas,
Sem a esperança de te ver,
Nem o sonho de te ter?

Helena

Melhor

Nem sempre o que é bom
É o melhor.
Quando demasiado fácil,
O que é bom
Torna-se cansativo
Ou, até, deprimente.
Mesmo no que é bom,
É preciso luta.
Para o prazer ser maior
E o bom ser melhor!

Helena

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Dezembro

Não gosto de Dezembro,
Porque nele perdi a mãe
E nele nasci, também.
É um mês de festas marcadas
Pelas alegrias obrigatórias,
Que são as de que menos gosto.
Janeiro sim.
Já não é fim
Mas princípio,
De mim!

Helena

domingo, 15 de novembro de 2009

Solidão

O Outono é a minha estação,
Castanha e amarela.
As árvores despidas,
As almas sentidas,
E os medos aguçados
Pela falta de sol.
Porque gosto eu, então,
De tamanha desolação?
Não sei, mas acredito
Que me faz bem
Uma certa solidão,
Que só o Outono tem.

Helena

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Aprender

Nem sempre se tem
O que se espera ter.
Mas é sempre possível,
Do que se tem,
Fazer render,
Transformar e tecer
Aquilo que nos faz bem!
Saber viver
É justamente criar,
Fazer de novo,
E aprender a ver,
Apesar de nem sempre apetecer!

Helena

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Gente

Lá vai ela,
Loira e velha,
A pensar que é menina.
O cabelo platinado,
Esconde os brancos.
O vestido, curto,
Mostra os joelhos.
Os saltos altos, o joanete.
Mas não há
Quem lhe diga,
Que a idade, não mente?
Que o encanto,
É o contrário
Daquilo que ela sente?
Mas não há
Quem lhe diga
Que, naquela idade,
Só a mente
Faz a gente ?

Helena

Desatino

Pego num livro,
Não leio nem uma folha.
Ligo a TV,
Não oiço o que dizem.
Ponho um disco,
Nem no botão carrego.
Sento-me sem vontade,
Levanto-me de seguida.
Por uma qualquer ansiedade,
Cuja razão não descortino,
Sinto que não sou eu,
Ou se sou,
Que desatino!

Helena