Havia neve e estava frio,
Caminhávamos de mãos dadas.
As pegadas ficavam marcadas
Na neve branca da serra.
Se não fosse o calor
Da tua mão,
Eu não subiria lá acima,
E perderia a vista
Do manto imenso
Que cobria a aldeia.
Foram sempre as tuas mãos
Que conduziram os caminhos
Ousados que percorri.
Foi nelas que encontrei
O apoio para tudo o que vivi.
As tuas mãos nas minhas,
A minha vida nas tuas mãos
Foram as prendas que recebi!
Helena
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
Perdi-me
Caminhamos juntos tanto tempo.
Sonhámos juntos tantos sonhos.
Fomos cumplices de tantas coisas,
Que hoje, sem ti,
Me perco nas voltas da vida.
Perdi sonhos,
Perdi caminhos,
Perdi noites,
Perdi-te a ti.
Procuro-te, em vão,
Nas insónias que me invadem,
Nas lágrimas que me não secam,
Nas lembranças que não se apagam
Nas marcas que em mim deixaste
Nos filhos que me fizeste.
Perdi-te.
Mas encontro-te
Em tudo quanto faço
Sonhando sonhos comuns.
Helena
Sonhámos juntos tantos sonhos.
Fomos cumplices de tantas coisas,
Que hoje, sem ti,
Me perco nas voltas da vida.
Perdi sonhos,
Perdi caminhos,
Perdi noites,
Perdi-te a ti.
Procuro-te, em vão,
Nas insónias que me invadem,
Nas lágrimas que me não secam,
Nas lembranças que não se apagam
Nas marcas que em mim deixaste
Nos filhos que me fizeste.
Perdi-te.
Mas encontro-te
Em tudo quanto faço
Sonhando sonhos comuns.
Helena
domingo, 22 de agosto de 2010
Quem sabe?
Há dias que passam sem passar
E noites que voam num instante.
Existências que se esbroam
Num presente passado distante.
Há gente que passa e que fica
Nas vidas que cruzam a nossa,
Sem que saibamos porquê,
Ou mesmo para quê.
Mas se não há coincidências,
Porque é que elas se tornam
Lamentáveis aparências
Daquilo que realmente não são?
Somos nós que consentimos
Ou elas que se impõem?
Somos nós que desejamos o indesejável,
Ou os outros que nos mostram
O que somos e não queremos ser?
Ainda hoje não sei quem sou.
Se eu,
Se o que os outros julgam que sou.
Não é que seja importante
Ser eu ou outra qualquer.
Mas é deveras intrigante
Não saber o que se quer.
Helena
E noites que voam num instante.
Existências que se esbroam
Num presente passado distante.
Há gente que passa e que fica
Nas vidas que cruzam a nossa,
Sem que saibamos porquê,
Ou mesmo para quê.
Mas se não há coincidências,
Porque é que elas se tornam
Lamentáveis aparências
Daquilo que realmente não são?
Somos nós que consentimos
Ou elas que se impõem?
Somos nós que desejamos o indesejável,
Ou os outros que nos mostram
O que somos e não queremos ser?
Ainda hoje não sei quem sou.
Se eu,
Se o que os outros julgam que sou.
Não é que seja importante
Ser eu ou outra qualquer.
Mas é deveras intrigante
Não saber o que se quer.
Helena
sábado, 31 de julho de 2010
Calor
Com calor desespero.
Com frio retempero.
Na contradição da vida,
O teu calor estimula
E a tua frieza destrói.
Mas eu quero o frio
E quero também o calor.
Teus.
Quero-te,
Quero-me.
Intensos,
Quentes ou frios
Seremos sempre nós!
Helena
Com frio retempero.
Na contradição da vida,
O teu calor estimula
E a tua frieza destrói.
Mas eu quero o frio
E quero também o calor.
Teus.
Quero-te,
Quero-me.
Intensos,
Quentes ou frios
Seremos sempre nós!
Helena
sexta-feira, 9 de julho de 2010
Encontro
Encontrei-te uma vez,
E esqueci.
Encontrei-te outra vez
E lembrei
Que já te havia esquecido.
Acaso ou destino,
Não sei.
Mais, talvez, o acaso,
Porque o destino
Se escreve.
Mas se é assim,
É caso
Para forçar o acaso
E te encontrar outra vez!
Helena
E esqueci.
Encontrei-te outra vez
E lembrei
Que já te havia esquecido.
Acaso ou destino,
Não sei.
Mais, talvez, o acaso,
Porque o destino
Se escreve.
Mas se é assim,
É caso
Para forçar o acaso
E te encontrar outra vez!
Helena
sábado, 15 de maio de 2010
Dores
As dores dos que amamos,
Doem muito mais do que as nossas,
Porque nos sentimos impotentes
Para as aliviar.
Dores de filhos, carne nossa,
Essas, sim, fazem mossa.
Não há remédios que curem
Nem mezinhas que aliviem.
Porque é sofrer cada dia,
A prestações,
Para pagar uma dívida,
Que jamais está liquidada!
Helena
Doem muito mais do que as nossas,
Porque nos sentimos impotentes
Para as aliviar.
Dores de filhos, carne nossa,
Essas, sim, fazem mossa.
Não há remédios que curem
Nem mezinhas que aliviem.
Porque é sofrer cada dia,
A prestações,
Para pagar uma dívida,
Que jamais está liquidada!
Helena
quarta-feira, 7 de abril de 2010
Nunca sei
Nunca sei se vivi,
Ou se sonhei.
Nunca sei se te conheci,
Ou se te imaginei.
Nunca sei
O que sentiste por mim.
Nunca sei se gostei de ti
Ou daquele que sonhei
Estar no teu lugar.
Nunca sei se és verdade
Ou mentira.
Nunca sei
Se exististe
Ou se te criei!
Helena
Ou se sonhei.
Nunca sei se te conheci,
Ou se te imaginei.
Nunca sei
O que sentiste por mim.
Nunca sei se gostei de ti
Ou daquele que sonhei
Estar no teu lugar.
Nunca sei se és verdade
Ou mentira.
Nunca sei
Se exististe
Ou se te criei!
Helena
segunda-feira, 29 de março de 2010
Dádiva
À medida que envelheço,
Lembro os avós e os pais.
E também os amigos
Que já partiram.
Será medo?
Será saudade?
Ou ambos, num só nó?
Vou mais pela saudade
Dum tempo que já passou.
Porque medo da idade,
É profanar o dom imenso
Da dádiva dos anos
E da vida que se levou.
Helena
Lembro os avós e os pais.
E também os amigos
Que já partiram.
Será medo?
Será saudade?
Ou ambos, num só nó?
Vou mais pela saudade
Dum tempo que já passou.
Porque medo da idade,
É profanar o dom imenso
Da dádiva dos anos
E da vida que se levou.
Helena
domingo, 14 de março de 2010
Amores
Quantos amores teremos tido,
Afinal, todos nós?
Uns inflamados, outros pacíficos,
E também apaixonados, idílicos.
Amores de criança,
Que desperta.
Amores de adolescente,
Que pulsa.
Amores de jovem,
Que deseja.
Amores de adulto,
Que se entrega.
Amores de velho,
Que pacificam.
Enfim, amores
Que satisfazem,
Ou que doem.
Mas amores,
Sempre amores,
Todos eles!
Helena
Afinal, todos nós?
Uns inflamados, outros pacíficos,
E também apaixonados, idílicos.
Amores de criança,
Que desperta.
Amores de adolescente,
Que pulsa.
Amores de jovem,
Que deseja.
Amores de adulto,
Que se entrega.
Amores de velho,
Que pacificam.
Enfim, amores
Que satisfazem,
Ou que doem.
Mas amores,
Sempre amores,
Todos eles!
Helena
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
Os nós
Há uma altura para acreditar
No mundo à nossa volta.
Depois, a vida
Vai-nos roubando um certo olhar
De criança encantada.
Os anos passam,
Vem a desconfiança
Vêm filhos e vêm netos.
Que reproduzem aquele olhar
Crédulo e encantado,
Cheio de confiança em nós.
Mas nós envelhecemos
E já não temos
Senão os nós
Da vida que tecemos.
Helena
No mundo à nossa volta.
Depois, a vida
Vai-nos roubando um certo olhar
De criança encantada.
Os anos passam,
Vem a desconfiança
Vêm filhos e vêm netos.
Que reproduzem aquele olhar
Crédulo e encantado,
Cheio de confiança em nós.
Mas nós envelhecemos
E já não temos
Senão os nós
Da vida que tecemos.
Helena
terça-feira, 16 de fevereiro de 2010
Carnaval
Nunca gostei do Carnaval
Nem de gente mascarada.
Gosto de gente normal,
Que anda de cara lavada.
Quando a gente se mascara
Para mostrar o que não é,
Esquece que a máscara
Só disfarça o que está fora
E não aquilo que se é!
Helena
Nem de gente mascarada.
Gosto de gente normal,
Que anda de cara lavada.
Quando a gente se mascara
Para mostrar o que não é,
Esquece que a máscara
Só disfarça o que está fora
E não aquilo que se é!
Helena
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
Destino
Destino traça-se
Ou constrói-se?
Está marcado
Ou deixa margem
À criação de cada um?
O meu, tracei-o eu.
O teu, como foi?
Traçado ou aceite,
O destino é,
Sempre, sonhado
Para a caminhada
De cada um.
Helena
Ou constrói-se?
Está marcado
Ou deixa margem
À criação de cada um?
O meu, tracei-o eu.
O teu, como foi?
Traçado ou aceite,
O destino é,
Sempre, sonhado
Para a caminhada
De cada um.
Helena
Família
Família, a minha,
A tua,
Que fizemos.
Eu, contigo.
Tu, comigo.
E que traz nela
A mistura
Tua e minha,
Única,
Nossa.
Mesmo que não existamos,
Estamos,
Nela.
Na família
Que construímos
Tu comigo.
Eu contigo!
Helena
A tua,
Que fizemos.
Eu, contigo.
Tu, comigo.
E que traz nela
A mistura
Tua e minha,
Única,
Nossa.
Mesmo que não existamos,
Estamos,
Nela.
Na família
Que construímos
Tu comigo.
Eu contigo!
Helena
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
Estações
Há quem goste do inverno,
Que, para tantos é inferno.
Eu só gosto do Outono,
Quando os dias ficam menores.
As folhas tapetam o chão,
E os corpos ainda mostram
Uma parte do que são.
A luz fugidia do inverno.
Vem impôr a reclusão
E a tristeza que a acompanha.
Mas em Fevereiro,
Tudo começa a mexer
Nessa arte, nessa manha,
Da Primavera que chega
A preparar o Verão.
Da liberdade plena
Do soltar do coração.
Para, em Setembro,
Esperar a nova estação!
Helena
Que, para tantos é inferno.
Eu só gosto do Outono,
Quando os dias ficam menores.
As folhas tapetam o chão,
E os corpos ainda mostram
Uma parte do que são.
A luz fugidia do inverno.
Vem impôr a reclusão
E a tristeza que a acompanha.
Mas em Fevereiro,
Tudo começa a mexer
Nessa arte, nessa manha,
Da Primavera que chega
A preparar o Verão.
Da liberdade plena
Do soltar do coração.
Para, em Setembro,
Esperar a nova estação!
Helena
domingo, 17 de janeiro de 2010
A chuva
Deitada, oiço a chuva.
Gosto de a ouvir cair,
Enrolada no édredon,
A ler um livro ou
A saborear um disco.
Mas sei, sei demais,
O outo lado do gosto.
Que é amargo
Para todos aqueles,
Os outros,
Que nada tendo,
A sentem no corpo
E só querem fugir dela.
Helena
Gosto de a ouvir cair,
Enrolada no édredon,
A ler um livro ou
A saborear um disco.
Mas sei, sei demais,
O outo lado do gosto.
Que é amargo
Para todos aqueles,
Os outros,
Que nada tendo,
A sentem no corpo
E só querem fugir dela.
Helena
sábado, 9 de janeiro de 2010
Lembrança
Lembro-te todos os dias,
Mas o rosto vai-se esvanecendo.
Não as mãos,
Essas reconheço-as, entre milhares.
Mas tudo o resto,
A voz, o riso,
O jeito de andar,
Vão-se perdendo.
Fica apenas a lembrança,
Dolorida e dolorosa,
Desse gosto de te amar.
Helena
Mas o rosto vai-se esvanecendo.
Não as mãos,
Essas reconheço-as, entre milhares.
Mas tudo o resto,
A voz, o riso,
O jeito de andar,
Vão-se perdendo.
Fica apenas a lembrança,
Dolorida e dolorosa,
Desse gosto de te amar.
Helena
Estás
Não te tenho.
Não importa.
Tenho a tua marca
No meu corpo,
No meu espírito,
No que penso,
No que sinto,
E até no que vejo.
Estás nas minhas alegrias,
Estás nas minhas tristezas.
Estás no meu dia a dia,
E nos meus sonhos.
Estás, afinal, comigo!
Helena
Não importa.
Tenho a tua marca
No meu corpo,
No meu espírito,
No que penso,
No que sinto,
E até no que vejo.
Estás nas minhas alegrias,
Estás nas minhas tristezas.
Estás no meu dia a dia,
E nos meus sonhos.
Estás, afinal, comigo!
Helena
Gostar
Gostar é precisar?
Ou será apreciar?
Gostar é dar?
Ou será receber?
Gostar é tudo isto
Mas é, sobretudo, ter!
Helena
Ou será apreciar?
Gostar é dar?
Ou será receber?
Gostar é tudo isto
Mas é, sobretudo, ter!
Helena
Nunca sei
Nunca sei
O que valem os sacrifícios.
Nunca sei
Se aprecias o que faço.
Nunca sei
Se me vês, ao ver-me.
Nunca sei
Se me tens ao ter-me.
Nunca sei
O valor do meu abraço!
Helena
O que valem os sacrifícios.
Nunca sei
Se aprecias o que faço.
Nunca sei
Se me vês, ao ver-me.
Nunca sei
Se me tens ao ter-me.
Nunca sei
O valor do meu abraço!
Helena
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